Toda eu feita de uma saudade lavada que nao gosta de lembrar, que nao gosta de sentir e que nao sabe que a cançao a dois passou a ser apenas um unissono, num espectaculo trespassado pela inexistencia do actor principal.
Toda eu feita de uma dor deslavada por um escape do desamor.
Toda eu feita pela raiva enfurecida, congestionada por um orgulho rafeiro e confuso que queria desconhecer.
Toda eu sem mim... Com saudades (oh tantas e cada vez mais) minhas. Do tempo em que me fazia grande em ponto pequeno, em que fazia de um sorriso uma gargalhada, em que fazia de um problema uma soluçao, em que fazia de ti um prolongamento de mim e em que fazia de nos uma utopia longinqua gravada numa molecula do pouco coraçao que me resta.
E toda eu cheia de nadas com um tanto dse tudos para aprender e desacreditar...
Porque me vi com os olhos de quem se avista noutras terras, porque estas ja nada me sabem dar. Venham as do norte e do sul porque voltei ao mundo.