segunda-feira, 2 de abril de 2007

Verdade dissimulada
Assim, de mansinho, ficou desmedida
E a verdade passou a mentira
E a mentira a realidade.
E o caminho que nos queria
Já não é caminho
É um beco escuro
Que obstruimos com ilusões
Sonhos irrisórios
Palavras inverosímeis:
Mentiras.
As tuas descaradas
As minhas escondidas pela falsa ingenuidade.
Só me fizeram só.
Sem chão, sem céu, sem mim...
As palavras foram
- oh quantas vezes-
E o silêncio abafava-
-Me e -Te.
Até o olhar,
Conversador,
Depois ténue e vago,
Perdido no que é imenso,
Se tornou difuso e mudo,
Abafado pelo silêncio que consumiu...
E as mãos que acarinharam
E a boca que saciou
E o peito que acolheu
Ora calmo, ora ofegante
E o toque impetuoso sem pressas e apressado
E as frases atropeladas pelo murmúrio de um desejo entregue a nós
E o olhar que enterneceu com promessas de uma vida
E as noites abraçadas ao prazer
E a (in)felicidade que supresticiámos...
Não passam de pretéritos
(Im)perfeitos
Tão saudosistas...
Capazes de me arrancar o presente
Capazes de me sufocar
Capazes de me prender em mim.
Porque já nada pode entender
Todo o vasto que eu não sei contar.
E seria simples se eu deixasse,
Mas não deixo.
O existir passa pelo complexo...
Pelo complexo que um não verbo faz passar...
Amor.

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