“O Resto da Minha Alegria”, Valter Hugo Mãe, Cadernos do Campo Alegre, 1ª edição, 2003
um
façam-no feliz e não
o culpem de nada, digam-lhe
a verdade, que esta
dura morte é ainda o
resto da minha alegria
peçam-lhe que venha tão
depressa, digam-lhe que
não durmo e que estarei
no telhado entristecida a
desbotar ao sol
incomodando os pássaros
cada vez menos
a remoção das almas
depois deus
vai inclinar-se sobre
mim como às labaredas
de uma fogueira
e vai devorar-me
antes de as flores
me façam cheirar bem
até lá,
fica comigo,
surtidos pelos lugares
enquanto o céu senta
o cu nas nossas cabeças.
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